2008-09-10

Um exercicio de design

Numa primeira instancia, uma obra é o que se visualiza, o que se percepciona e o que se depreende de uma leitura meramente sensitiva e individual ou quase sempre subjectiva. Claro está a excepção que é ver uma obra sobre a qual já ouvimos, já falamos ou já vimos em imagens prévias. Uma obra de autor estudada torna esse impacto dessa leitura e primeiro contacto visual enfraquecido perdendo o efeito surpresa.
Por outro lado vivemos numa época e cultura onde a imagem importa mais do que a resposta e uma serie de condicionantes que resultam, essas todas e mais algumas num objecto e produto final.
No entanto, uma obra, uma imagem deve ser sempre, na arquitectura , ser compreendida segundo essa enorme quantidade de regras impostas, de programas, de condicionantes a vários níveis que fazem parte do primeiro gesto, do primeiro esquisso.
Uma velha porta, que hoje é lida como o ponto de partida, como a entrada no mundo imaginário deste projecto e espaço, na realidade foi consequência e resultado quase final. Diria mesmo, que foi a última gota, a ultima decisão,a ultima tomada (e muito correcta) de posição, curiosamente oferecida pelo dono e promotor e não um acto criativo do autor do projecto.
Com orgulho ostento esta entrada de um espaço "arquitectónico-estilístico", pois serve de cara de uma das ultimas intervenções e é testemunho de que muitas, senão todas as vezes que laboramos, o cliente, é parte integrante e fundamental para um bom exercício de arquitectura.
Memoria, apresentação e exposição do trabalho em desenvolvimento.
Veja-se projecto no sitio nunooliveira@noliveira.

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