2010-02-28

Sequência de projectos, licenciamento e obra- Parte III

Para explicação da sequência de projectos, licenciamento e obra.

(Toda esta exposição deverá ser complementada com as fotos e imagens do documento original para melhor compreensão do referido e descrito)
3- A descrição necessária para a compreensão do projecto de arquitectura e das artes que o caracterizam, não sendo necessária a inclusão de algumas especificidades do caderno de encargos para a presente. Esta última figura é uma defesa para nós arquitectos pois não é mais do que uma memória descritiva para além da justificativa de arquitectura e definição de conceitos quer da intervenção, quer da própria construção. A descrição dos materiais, do cruzamento das artes ou da apresentação das possibilidades é uma informação preciosa para quem vai organizar o próprio caderno de encargos.
Definir onde leva um tecto para receber uma qualquer instalação de climatização ou iluminação de tecto, não é considerado elemento ou desenho de caderno de encargos (podendo ser no entanto usado para…), mas sim de complemento e pormenorização para melhor compreensão do projecto e da obra e obviamente instrumento útil para melhor pormenorizar o próprio caderno de encargos.
Parte III -Descrição necessária para a compreensão do projecto de arquitectura
1 - CONSTRUÇÃO E ELEMENTOS ESTRUTURAIS
FUNDAÇÕES; ESTRUTURA VERTICAL E HORIZONTAL; COBERTURA
2 – ENCERRAMENTOS
3 - REVESTIMENTOS
EXTERIORES
Pavimentos; Paredes; Tectos e Cobertura
INTERIORES
Pavimentos; Paredes e tectos
Vãos interiores e exteriores
4 - ESPECIALIDADES / INSTALAÇÕES
Serralharia
Carpintaria
Àguas e saneamento
Iluminação e electricidade; Sistemas informáticos, redes, domótica ou outros
Climatização
Impermeabilizações
Isolamentos
Equipamentos
NOTAS FINAIS:
“Mapa de acabamentos”
“Opções de projecto”
1 - CONSTRUÇÃO E ELEMENTOS ESTRUTURAIS
FUNDAÇÕES; ESTRUTURA VERTICAL E HORIZONTAL; COBERTURA
Uma descrição breve sobre o sistema construtivo adoptado, possíveis implicações e cuidados a ter para cumprimento do projecto e imagem final da arquitectura. Vigas, balanços, espessuras, alternativas ou cuidados de pormenor. Cofragens, remates de topos horizontais ou verticais, preparação de paredes e acabamentos que venham a ser implicados pela opção construtiva tomada. Pilares de 0.20 cm para alvenarias únicas de tijolo vazado de 0.20 cm, entre outros.
2 – ENCERRAMENTOS
Uma descrição breve sobre as alvenarias e opções adoptadas, possíveis implicações e cuidados a ter para cumprimento do projecto e imagem final da arquitectura. Tijolo de forra, alinhamentos e prumos, ligação entre alvenarias de tijolo ou secas. Possibilidade de uso de outro tipo de sistemas e implicações do sistema adoptado para posteriores revestimentos. Capa de pedra, Cortina ventilada etc.
3 – REVESTIMENTOS
Uma descrição de tipos de revestimentos e cuidados a ter na sua aplicação, Referência a peças desenhadas ou mapa de acabamentos, Ligação entre materiais e outros. Especificidades do material como cerâmicas rectificadas, juntas de soalho, estereotomia ou aspectos gerais que vão ser referidos mais tarde nas especialidades.
Desta descrição, consta a referência a materiais EXTERIORES em Pavimentos; Paredes; Tectos e Cobertura.
Ainda uma descrição para todos os materiais utilizados nos INTERIORES em Pavimentos; Paredes e tectos.
Separa-se estas duas descrições a meu ver por três razões.
- Pela lógica construtiva, os materiais utilizados e colocados pelo interior, normalmente são adjudicados ou faseados posteriormente, por isso numa sequência de obra, deverá ser discutido em primeiro lugar e isoladamente os referentes ao exterior.
- Por outro lado, dado que os revestimentos exteriores estão associados ao processo construtivo, estes deverão acompanhar os trabalhos até de cofragem. Lembro aqui à utilização do tijolo de forra ou outro pormenor para evitar a ponte térmica, utilização de cortina ventilada ou discutir questões de isolamento e impermeabilização. Por reste facto, são muitas vezes tomadas opções de pormenor e de processo de execução que leva á discussão sobre os materiais finais de revestimento, a par das questões estruturais.
- Por fim e não menos importante, imaginemos um a situação de loteamento. Importa que a leitura exterior de continuidade e harmonia das várias construções obedeçam e cumpram o estipulado. Se o sistema for igual ou diferente, se os materiais e a sua aplicação não estiverem definidos podemos ter uma autêntica “feira” de leituras formais e plásticas. Mas, por princípio, a liberdade de escolha a par da definição dos interiores por parte do cliente, futuro proprietário, leva a que não obstante de uma proposta de materiais e cores, seja sempre sujeito a alteração e consequente redefinição dos mesmos.
Vãos interiores e exteriores
Na descrição dos materiais, os vãos tornam-se de extraordinária importância pois, não só se referem ao tipo de caixilharia - madeira ou alumínio entre outros, patine cromática, funcionamento e articulação dos espaços, como condicionam uma série de outras opções quer ao nível da construção e do sistema, como do pormenor de outras artes. Veja-se o exemplo de caixilharias com sistema capoto no exterior e a necessidade de uso de pré-aros nas ombreiras das janelas;
A utilização de portas com ou sem bandeira, com ou sem padieira, aros e guarnições ou rodapés, que interferem com os pormenores e escolha do material a usar nas paredes e tectos, remates dos mesmos etc.;
Ou ainda um caso em que um painel de parede revestido a madeira e faceado verticalmente com o reboco, ou uma portada de correr suspensa numa calha fixa ao tecto mas faceadas com um tecto falso.
Assim vê que esta descrição ainda parecendo prematura e não da arte específica ilustra a todas as artes e especialidades como vão ser os acabamentos e formas de o aplicar, levando a uma melhor percepção das artes de grosso ou finos, antes dos acabamentos.
4 - ESPECIALIDADES / INSTALAÇÕES
A descrição por especialidade, é na realidade uma última forma de poder controlar o produto final. Deverá ser definido quer o conceito, quer algumas considerações sobre os métodos a executar, e por último, a relação com as opções tomadas em função de outras artes. Peguemos num exemplo: Definir um tecto falso, já referido anteriormente, significa definir de uma forma clara, a cota deste, podendo variar ao longo da construção, mas os seus remates e encontros com paredes e tectos da obra de grosso.
O definir uma sanca de luz indirecta ou directa, com afixação de cortinas ou ainda com a inclusão de insuflação de climatização vai definir, a largura da sanca, mas também os seus aspectos mais estruturais. Emassar 0.20 cm de tecto junto á parede ou o levar o fino de parede em gesso projectado até ao tecto ou até ao piso em tosco, pode definir o pormenor em pronto, de um encontro de soalho na parede ou do tecto que vinha a referir.
Outro caso para melhor compreensão, é da escolha do sistema de climatização ou mesmo de sistemas alternativos e complementares. Uma sanca para ar condicionado, o subir a cota de pronto para contemplar o piso radiante, uma testa em gesso para receber a grelha de um qualquer termo-ventilador, ou até uma pré-instalação que implica a passagem de tubagem com significativa dimensão.
Por uma questão de sequência de obra e pela experiencia sugeria a definição e descrição das especialidades tais como e pela seguinte ordem:
Serralharia; Carpintaria; Águas e saneamento; Iluminação e electricidade; Sistemas informáticos, redes, domótica ou outros; Climatização; Impermeabilizações; Isolamentos e Equipamentos.
Destes, a Serralharia importa pois o perfil, a dimensão do vão ou os encontros desta com soleiras, ombreiras e padieiras, pode ditar um melhor funcionamento mas o que nos dita a escolha e o pormenor um melhor aspecto e apresentação final. Não podemos sempre descurar o aspecto financeiro, pois a dimensão de um vidro duplo com mais de 3/6/9 ou 12 m 2 vai traduzir-se num aumento de custo do material pela sua dimensão. Para não falar de um vidro único que ultrapasse as medidas normalizadas e em que as fabricas teriam de parar a produção das chapas para uma medida diferente do habitual. Seremos mais responsáveis como profissionais, se atentos a estas questões que resultam muitas vezes numa derrapagem extra compreensível dos valores da obra finais.
Por fim e relativamente a esta arte, a questão térmica que não posso deixar de falar:
Por um lado a criação e desenho de vãos e sua dimensão mal dirigidas a Norte ou a sul, com incidência directa ou não são aspectos que devemos ter em conta, e na definição dos vão, do seu material, por vezes podemos afinar alguma incorrecção ou menor atenção no acto do desenho a uma escala ainda menos amadurecida. Reduzir o vão, aumentar uns simples 0,50 cm para melhor rentabilização da largura de folhas, colocar duas ou três vias para a abertura das folhas, propor um “vidro planiterme” para melhor filtrar a radiação e reflexão da luz entre muitos outros aspectos, são algumas considerações e descrições desta especialidade nesta fase.
A Carpintaria; é uma arte ou especialidade extraordinariamente importante nesta descrição pois ela define não só o material em si, madeira maciça, favelada, folheada, desenrolada ou listada, veio vertical ou horizontal, para pintura ou verniz entre muitas definições que vão de uma forma extraordinária condicionar e conter os custos ou por outro lado, plasticamente marcar a diferença. Uma porta normalizada em Kambala ou um painel com um desenho próprio, em folha desenrolada qualquer vai ter estas duas diferenças. Obviamente o preço mas o aspecto e a qualificação e diferenciação do trabalho de arquitectura.
A estrutura desta arte pois por vezes a definição de um painel de correr implica em artes que a antecedem a definição e criação de uma estrutura. Por fim os acabamentos. O aspecto final de um verniz brilhante ou a aplicação da própria demão de tapa poros pode significar um resultado completamente contrário e distinto.
Águas e saneamento. Este tema envolve demasiadas questões para encerrar aqui este capítulo. A importância de todos os circuitos, as implicações a vários níveis: a sequencia dos trabalhos que este tema implica na obra; a relação que a água tem nos materiais, nos processos, nos sistemas que servem e na sua presença em todas as artes é um tema a desenvolver e especificar posteriormente.
Esquematizemos da seguinte forma e sob distintos temas a desenvolver:
A água como componente e implicação desta nos materiais, na execução e no desenho;
A água como elemento de condução Térmica;
A relação com fenómenos e comportamentos do material – da construção;
Os sistemas de abastecimento;
Os sistemas de escoamento;
A água presente em sistemas de climatização e refrigeração - atmosfera e matéria;
Os quatro estados da água, entre outros
Completarei esta parte III logo que me for possível com um texto sobre as restantes especialidades.
Iluminação e electricidade; Sistemas informáticos, redes, domótica ou outros; Climatização; Impermeabilizações; Isolamentos e Equipamentos.

Sequência de projectos, licenciamento e obra. Parte II

Para explicação da sequência de projectos, licenciamento e obra.

(Toda esta exposição deverá ser complementada com as fotos e imagens do documento original para melhor compreensão do referido e descrito)
2- A estrutura de um caderno de encargos
O caderno de encargos, contempla várias figuras e elementos:
-Projectos em anexos que ilustram e definem graficamente a proposta;
-Esquema e minutas de contratos, minutas de concurso, que definem a modalidade de adjudicação e desenvolvimento de todo o processo;
-Definição geral dos trabalhos - Condições gerais: areias, cimentos, cofragem etc, ou seja, materiais (matéria prima), processos (construtivos) e métodos de execução;
-Definição especifica dos trabalhos - Condições específicas: materiais a aplicar com descrição dos mesmos como exemplo carpintaria, serralharia, modelo e perfil, pichelaria - tipo pex, hidronil ou PPR... etc;
-Medições, ou seja uma quantificação de todas as artes para poder calcular e gerir os orçamentos individuais de cada especialidade;
-Orçamentos com base em modelos, exemplos, especificações etc;
-Ainda e por consequência deste processo, aquando do decurso da obra, autos de medição e autos de fiscalização que comprovam o cumprimento e bom decurso dos trabalhos, e mesmo autorizam o pagamento dos trabalhos executados mediante os valores orçamentados, (trabalhos a mais ou a menos).
A divisão e organização destes cadernos de encargos tem algumas formas já estipuladas e normalizadas mas pode adaptar-se a cada caso em concreto, encontrando-se vários modelos e minutas.
Elaboração de C.E. – (Caderno de Encargos)
Fundações; estrutura (vertical e horizontal); cobertura; encerramentos; revestimentos e instalações.
Normalmente um C.E., define-se e divide-se da seguinte maneira e no que respeita as condições especiais:
0. Estaleiro - condições e exigências para bom funcionamento da obra - Projecto de segurança entre outros.
1. Estrutura de grosso -Fundações; estrutura (vertical e horizontal); cobertura; encerramentos
2. Estrutura de finos - revestimentos
2.1. Pavimentos
2.2. Paredes
2.3. Tectos
3. Acabamentos
3.1. Pavimentos
3.2. Paredes
3.3. Tectos
4. Especialidades - instalações.
4.1. Coberturas
4.2. Electricidade e iluminação
4.3. Aquecimento
4.4. Carpintaria
4.5. Serralharia
4.6. Impermeabilizações
4.7. Pichelaria
5. Outros
6. Considerações finais
Sobre este tema e matéria será fornecida uma minuta para melhor esclarecimento, mais concretamente sobre as condições gerais e sobre as condições específicas, uma série de textos de situações distintas para exemplificar em vários tipos de construção, desde uma simples habitação a uma complexa instalação hospitalar.
Solicitar o PDF sobre a presente informação no “sitio”.

Sequência de projectos, licenciamento e obra - Parte I

Para explicação da sequência de projectos, licenciamento e obra.

(Toda esta exposição deverá ser complementada com as fotos e imagens do documento original para melhor compreensão do referido e descrito)

Caro aluno e amigo:
Tentando ser objectivo e resumido, divido a explicação em três partes:
1- Generalidades
2- A estrutura de um caderno de encargos
3- A descrição necessária para a compreensão do projecto de arquitectura e das artes que o caracterizam, não sendo necessária a inclusão de algumas especificidades do caderno de encargos para a presente. Esta última figura é uma defesa para nós arquitectos pois não é mais do que uma memória descritiva para além da justificativa de arquitectura e definição de conceitos quer da intervenção, quer da própria construção. A descrição dos materiais, do cruzamento das artes ou da apresentação das possibilidades é uma informação preciosa para quem vai organizar o próprio caderno de encargos.
Definir onde leva um tecto para receber uma qualquer instalação de climatização ou iluminação de tecto, não é considerado elemento ou desenho de caderno de encargos (podendo ser no entanto usado para…), mas sim de complemento e pormenorização para melhor compreensão do projecto e da obra e obviamente instrumento útil para melhor pormenorizar o próprio caderno de encargos.
Parte I  - Generalidades
Um caderno de encargos
Um caderno de encargos presume-se que seja uma recta final e preparação para início da construção, sendo tudo definido já em projectos e forma de adjudicar a obra.
Para adjudicar uma obra, ou seja, contratar quem a faça, torna-se hoje imperativa a definição contratual com a elaboração do referido caderno de encargos.
Era normal fazer ou uma adjudicação “Chave na mão” com “preço global”, com base na medição muito “tosca” de m2 de pavimentos e paredes, ou a contratação por especialidades, obra de grosso, finos, electricidade etc.
Os trâmites legais e processuais, de uma forma quase errada e resumida são:
Fazer um projecto de arquitectura que englobe ele mesmo as artes e especialidades necessárias. Fazer os projectos de especialidade como estrutura, águas e outros tantos.
Apresentar a documentação para pedir o licenciamento destes e com esta aprovação, a licença de construção. No final da obra, dar a mesma como concluída e pedir a licença de habitabilidade ou utilização.
É quase inevitável que o próprio projecto de arquitectura, não esteja acabado enquanto não estão todos os projectos especiais elaborados. Uma viga, um pilar, um sistema construtivo, a iluminação ou a necessidade de criar espaços técnicos, para climatização, cotas de pisos para pavimentos técnicos, pés direitos, aberturas e vãos necessários por condicionantes térmicas, rectificação de medidas e elementos vários no projecto de arquitectura por uma questão de acessibilidades, tornam o próprio projecto de arquitectura numa rede enorme, complexa de informação que muitas vezes vais surgindo á medida que as reuniões com técnicos das várias especialidades vão acontecendo e por consequência, alterando e definindo o próprio projecto de arquitectura.
Legalização
Se entendermos que é necessária a legalização das alterações em projecto de aditamentos, complementos, ou tudo que implique a visibilidade para o exterior (alteração de uma simples janela ou cota de soleira), vemos que enquanto não estiver definido o projecto a uma escala de pormenor, e contempladas todas as especialidades, não é possível ter um projecto definitivo.
Por outro lado, vê o exemplo da instalação eléctrica:
Sistemas de domótica, que inicialmente seriam em linhas paralelas e acopladores, que necessitavam de quadro eléctricos com áreas de 6 m2 por exemplo, passando por estruturas lineares e agora sequenciais, onde de um interruptor vai a outro e á lâmpada, transforma uma rede complexa de tubagem e cablagem num sistema simples e linear.
Se entendermos a abertura de roços para colocar os tubos, cruzamento de tubos e redes, enchimento de pisos e regularizações, entre outros aspectos construtivos, vemos as implicações no decurso da obra, nos custos da mesma e na gestão de todas as artes.
Adiciono aqui outro exemplo:
Colocar radiadores na parede, onde inclui as tubagens para os mesmos, passando estes pelo piso ou por um tecto falso em gesso cartonado; Colocação de um sistema de piso radiante, com as serpentinas no pavimento e por isso ter de isolar o mesmo termicamente, e proteger de excesso de concentração térmica, levar o termóstato á parede a uma determinada altura; ou por exemplo colocação de ventilo-convectores ou até ar- condicionado, torna a decisão desta arte (climatização), numa série de implicações ao nível dos pavimentos, paredes, tectos, materiais de revestimento etc.
Os equipamentos, as caixas de visita, a necessidade de visita para substituição dos filtros do aparelho por exemplo, são questões que a vida profissional vai trazer e que tornam o nosso exercício profissional complexo.
Imagina um tecto liso, em gesso cartonado com 100 m 2… É uma galeria de exposição!... é uma sala…
Onde colocamos a iluminação, a que altura para poder corresponder aos quadros ou ás roupas penduradas? Quantas linhas queremos separadas para poder ligar a sanca, os projectores de halogéneo separados de iodetos ou uns leds, ou apenas um candeeiro num canto da sala... Quantos interruptores, e tomadas, e sensores e células, e alarme, e entrada e saída do ar climatizado (extracção e insuflação) e cortinas e painéis acústicos, e plasmas na parede ou projectores de tecto e corrente para descer a tela, ou para automatização dos estores exteriores e/ou interiores, e (…)
De repente há, só numa sala, uma complexidade de decisões para tomar e cruzamento de especialidades. Uma viga saliente, ou uma parede que corre em folhas suspensas ao tecto... Onde pendurar e onde se esconde a calha, e por cima desta por onde passa a conduta da climatização, ou a cablagem eléctrica ou a tubagem de aguas e respiro….
Por ultimo o cruzamento da boa funcionalidade, estética mas também cumprimento legal de cada arte.
Não é possível mais numa teia complexa de informação e de especialidades concretas, de artes distintas, fazer uma planta á escala 1/100 e esperar que o empreiteiro defina com o proprietário o resto.
Somos acima de tudo, autores de uma ideia de um volume, de uma forma, mas isso representa 20 ou 30% do que resta a fazer. Somos no final, gestores de projectos e artes várias, cabendo a nossa responsabilidade, cruzar a informação e propor a harmonia, bom funcionamento e no final, o que nos interessa, que não destrua o conceito geral que inicialmente definimos e que na maior parte dos casos, é atraiçoado por uma má gestão das restantes artes que compõe a construção.
Concluída a questão dos projectos de arquitectura e limite e papel de intervenção do arquitecto!
Depois destes projectos aprovados na câmara, arquitectura, e restantes especialidades como estrutura, águas (abastecimento e escoamento) térmico, acústico ou electricidade, ainda restam muitas vezes consultas exteriores e aprovações paralelas como bombeiros, delegação de saúde, ministérios e departamentos quando se trate de situações mais complexas.
Projectos aprovados
Consideremos os projectos aprovados nas instâncias necessárias.
Próximo passo - entregar uma série de documentos como seguros, alvará, etc, para podermos, pagando uma taxa, obter uma licença de construção Podemos, por princípio dar inicio aos trabalhos!
Projectos de loteamento e/ou de unidades independentes
No entanto, refiro um caso que citaste:
Quando se trata de um loteamento, é clara a divisão dos projectos e licenças para construir/executar um loteamento e as casas ou edificações que vão ser implantadas neste.
Projecto de loteamento - licença para construir, ruas, passeios e redes públicas e que servem cada um dos lotes dentro deste loteamento
Projectos individuais para cada lote e em concreto, seja uma casa, um prédio, ou equipamento qualquer, requer novamente a entrega de projectos para esta pretensão, e de novo, projecto - licença etc.
Planos P.D.M.; P.P; P.U.; P.S. e outros
Quanto aos Plano é outra questão pois deveria falar disto primeiro e por isso resumo:
Planos P.D.M. - plano director municipal, gere o território, sua classificação, índices, tipos de ocupação do território etc., com definição a um determinado nível e escala. Escalas 1/25.000 a 1/5/000
Planos de salvaguarda, P.P. - Planos de pormenor ou P.U. - Planos de Urbanização, definem a escalas mais pormenorizadas, larguras de rua, número de pisos, tipologias, cércea e cotas de soleira, até ao limite de cores de fachada ou materiais utilizados nas caixilharias como é exemplo um plano de salvaguarda num determinado e qualquer centro histórico.
Esta estrutura e hierarquia é mais complexa e depois ajudo de uma forma mais clara e pormenorizada do que é cada um dos casos e as implicações legais, sobreposição ou legitimidade de cada um.
Um plano ou regulamento especifico como regulamento de muros de um loteamento é algo mais concreto e num contexto legal diferente pois não é a câmara que o define mas sim complemento de uma pretensão qualquer. (em tempo oportuno, disserto e esclarecerei mais obre isto)
Adjudicação de construções
Por outro lado e outro assunto:
Era normal e ainda infelizmente corrente, um empreiteiro levantar a licença de construção para inicio da mesma, mas na verdade, este não ser o construtor.
Depois, no final da obra, requer o levantamento das licenças de habitabilidade e conclusão dos processos, entregando novamente a documentação, termos e responsabilidade assumida pelos técnicos que acompanharam as obras.
Estes, (nós), atestam que a obra se encontra de acordo como projecto aprovado.
Como vês, a responsabilidade de assinar um documento deste, leva a um cuidado muito grande na adjudicação da obra e do período de elaborar projectos até á obra construída e habitada em concreto, sob pena de incumprimentos e não concordância da obra com o projecto e respectiva responsabilização legal.
Por uma questão legal isto torna-se impraticável na conjuntura actual e acima de tudo, com problemas de responsabilização futura para os técnicos responsáveis e em última instância para o proprietário, pois anula-se a legitimidade para imputar responsabilidade por defeito da obra entre outros aspectos.
Assim cada vez mais, pelo controle da obra e do cumprimento legal do projecto, deve ser feito um caderno de encargos e definição o mais pormenorizada possível, para que todo o processo resulte bem e sem problemas.
Um projecto de licenciamento, refere-se a vários projectos e escalas, mas por norma não exige qualquer pormenorização limitando-se á escala 1/100, pelo que o posterior projecto de execução e estudos de especialidades é imperativo.
No meu caso, e introduzo aqui este tema, porque costumo fazer um caderno de especialidades de arquitectura, onde consta já o cruzamento de artes e projectos de especialidade como climatização iluminação entre outros e que resulta em:
Especialidades de arquitectura
Planta de tectos, planta de paredes; Planta de pavimentos; Iluminação e electricidade (de notar que esta definição é fundamental para fornecer elementos para o engenheiro electrotécnico e devida certificação); planta e alçados de estereotomia; carpintarias; serralharias, complementando o mapa de vãos entre outros.
Resumindo e esquematizado.
A obra - Grosso, finos e especialidades
A obra, depois de todos os projectos aprovados, divide-se em três fases:
Grosso, finos e especialidades
Cruzando-se muitas vezes as mesmas fases pois, imagine-se uma obra em betão armado e paredes, a entrada do picheleiro para colocar os tubos embutidos nas paredes; o serralheiro para colocação de pré aros; ou até, técnicos de instalações de equipamentos para deixar as pré instalações ou negativos, ou pontos de passagem para as suas redes numa fase posterior.
Nas minhas aulas e por consequência da estruturação que fizemos para a área de construções em todo o curso de arquitectura, devem orientar-se na seguinte estruturação
Fundações; estrutura (vertical e horizontal); cobertura; encerramentos; revestimentos e instalações.
Para não me repetir, deveriam e sugeria a consulta do programa e compreensão de cada uma destas etapas.
Por outro lado etapas de conhecimento que mais não é do que a profundidade dos conhecimentos apresentada pelos docentes e exigida pelos mesmos.
O quê; com quê; como e porquê!
Esta divisão ou sequência deve-se a uma necessidade de dotar os alunos de uma informação progressiva, ampla e sequencialmente mais pormenorizada.
Não está contemplado em qualquer programa dentro desta estrutura de curso, patologias ou qualquer especificação de processos de análise e reabilitação dada a limitação em tempo e carga horária praticada.
Ver programa em: A.R.C.A. – E.U.A.C. - Arquitectura, Sistemas construtivos, Nuno Oliveira, Professor, arquitecto

Sequência de projectos, licenciamento e obra

Caro aluno e amigo:
Obrigado pelas considerações e preocupações.
Certamente que em tempo e com tempo, vou respondendo a muitas dúvidas e esclareço muitas das vossas questões.
Como afirmei, são sempre bem-vindas, oportunas e mesmo importantes.
Mais vale nesta fase de aprendizagem fazer as perguntas todas, por mais elementares que pareçam ou sejam, por um lado, pois estamos aqui para ajudar e ensinar, por outro, há uma panóplia de questões que só a vida e actividade profissional nos ensina.
Ainda, é de louvar as considerações pois elas mesmas são reparos construtivos e enriquecedores. A linguagem utilizada, ou mesmo, a presunção de que o aluno tem os conhecimentos mínimos para entender algumas matérias, leva a um discurso menos passado e menos compreendido e, sem comunicação não há aprendizagem.
È necessário haver um emissor, um receptor e uma mensagem que seja perceptível por ambos ou não há de facto comunicação.
O problema, é que, ou tentamos desesperadamente levar o conhecimento mínimo e a informação ao aluno no pouco tempo que temos de aulas, ou (e isso é a minha opinião), as bases são tão fracas que se torna às vezes importante não baixar o nível e a fasquia e assim, esperar que o aluno por si, acabe por ter uma aprendizagem muito pessoal e individual.
Sobre o tratado de Bolonha, confesso ter no momento uma ideia clara do que é, do que se pretende que seja e das falhas que este vem demonstrando em Portugal.
Mas penso que o espaço é demasiado curto e a informação que me pedes demasiado ampla.
Sendo assim, tentarei expor algumas das questões e relegar outras para outros escritos, com tema próprio e contextualização diferente.
Aconselho a estares atento á publicação das conferências que de certa forma vão também explicando algumas questões sobre os vários temas.
Por fim, agradecer as considerações pois, já que não posso nem disponho de tempo para compilar textos de apoio como pedes, estas notas soltas e a revisão de outras que escrevi em propósito do que pedes, faz com que na realidade disponha “on line” a informação para todos.
(Para explicação da sequência de projectos, licenciamento e obra.)
Tentando ser objectivo e resumido, dividi a explicação em três partes publicando as mesmas em separado:
1- Generalidades
2- A estrutura de um caderno de encargos
3- A descrição necessária para a compreensão do projecto de arquitectura.
Parte I - Generalidades
Um caderno de encargos
Legalização
Projectos aprovados
Projectos de loteamento e/ou de unidades independentes
Planos P.D.M.; P.P; P.U.; P.S. e outros
Adjudicação de construções
Especialidades de arquitectura
A obra - Grosso, finos e especialidades
Parte II - O caderno de encargos
Elaboração de C.E. – (Caderno de Encargos)
Parte III - Descrição necessária para a compreensão do projecto de arquitectura
1 - CONSTRUÇÃO E ELEMENTOS ESTRUTURAIS
FUNDAÇÕES; ESTRUTURA VERTICAL E HORIZONTAL; COBERTURA
2 – ENCERRAMENTOS
3 – REVESTIMENTOS
Vãos interiores e exteriores
4 - ESPECIALIDADES / INSTALAÇÕES
Serralharia; Carpintaria; Águas e saneamento; Iluminação e electricidade; Sistemas informáticos, redes, domótica ou outros; Climatização; Impermeabilizações; Isolamentos e Equipamentos.
NOTAS FINAIS:
"Mapa de acabamentos”
“Opções de projecto

Temas a desenvolver em capítulo próprio:

A água como componente e implicação desta nos materiais, na execução e no desenho;
A água como elemento de condução Térmica;
A relação com fenómenos e comportamentos do material – da construção;
Os sistemas de abastecimento;
Os sistemas de escoamento;
A água presente em sistemas de climatização e refrigeração - atmosfera e matéria;
Os quatro estados da água, entre outros